6 de ago. de 2013

Edição 19 - É preciso explicar nossa fé! - Confissão de Barmen - Artigo 2

06 de agosto de 2013

É preciso explicar nossa fé!
O segundo artigo da Confissão de Barmen
De acordo com o diagnóstico, o remédio. Quando se tratam dos males do mundo, já foram elaboradas muitas receitas que prometeram a solução. No tempo da elaboração da Confissão de Barmen o ateísmo reinante foi um solo fértil para a ideologia nacionalista de Hitler apresentar-se como tábua de salvação para a Alemanha. O “salvador” afirmava que o problema era os judeus exploradores, além de deficientes físicos ou mentais, numa lista gigantesca de pessoas que não se enquadravam no padrão da nova ordem mundial ariana. O comunismo, só para citar outro exemplo ideológico, afirmava que o problema do mundo era o capital, a luta de classes e a propriedade privada. Em nome da solução, os opositores do sistema foram mortos e perseguidos.
Toda ideologia interpreta o problema do mundo com uma proposta de solução. Elas até percebem corretamente alguns aspectos dos males do mundo, mas nenhuma é completa e definitiva. E a razão é muito simples: elas pressupõem que o ser humano é bom e, por isto, não levam realmente a sério o que a Bíblia chama de pecado. Assim projetam o problema do mundo para fora do ser humano ou culpam apenas um grupo humano, ou ainda o limitam a alguns aspectos da natureza humana.
Como cristãos, não somos apolíticos, não hostilizamos as ideologias ou nem ignoramos os conflitos da atualidade. Nós apenas temos certeza de que a sabedoria de Deus se revelou em Cristo. Ele faz o diagnóstico apropriado e é o verdadeiro e definitivo remédio para nossas chagas. Somos conscientes de que a solução para nós veio de Deus, por meio de Cristo. Por isto entendemos que todo movimento político-ideológico (e também religioso) sempre emperrará em função do pecado humano. E isso não desestimula o envolvimento social ou a participação política, mas constata com sobriedade que todo movimento humano é relativo. É a garantia de que não faremos do nosso movimento, partido, ideologia ou religião um instrumento de fanatismo. Quem remove Cristo e sua obra do centro do seu agir no mundo, não enxerga o verdadeiro problema do ser humano. Ao fazer isso, torna absoluta uma causa relativa.
As propostas de soluções para os problemas atuais levam em consideração a solução de Deus revelada em Cristo por meio da sua Palavra? Veja o que diz o segundo artigo da Confissão de Barmen:
“Jesus Cristo se tornou sabedoria de Deus para nós, isto é, justiça, santidade e redenção” - 1 Co 1.30
“Assim como Jesus Cristo é o anúncio divino do perdão de todos nossos pecados, assim e com igual seriedade ele é a vigorosa reivindicação de Deus sobre toda a nossa vida; por meio dele experimentamos alegre libertação das amarras ateias deste mundo para o serviço livre e grato à suas criaturas.
Condenamos a falsa doutrina de que existem áreas em nossa vida nas quais fossemos propriedade não de Jesus Cristo, mas sim de outros senhores, e nas quais não necessitássemos da sua justificação e santificação.”
Como cristãos precisamos nos perguntar se já não fomos invadidos pelo espírito de nossa época e se não absorvemos a ideologia dominante sem questionamentos.
- Que movimentos ideológicos em nossos dias abdicam da obra de Cristo na cruz e se apresentam como solução para nossa sociedade? Quem são suas vítimas?
- De que áreas da nossa vida excluímos o perdão e da santificação de Jesus Cristo?
- Quem determina nossos hábitos de consumo? Será Jesus Cristo ou serão outros senhores? A quem prestamos contas do uso dos nossos recursos financeiros?
Daniel Schorn – Orleans, SC



Editorial: O Boletim Virtual  Luteranos em Movimento é organizado por um grupo de ministros da IECLB e tem por objetivo a reflexão e a Formação Cristã Continuada para dentro da igreja de Jesus.
A edição é quinzenal e pode ser usado tanto para a reflexão pessoal como em grupos de estudo.
É livre para distribuição.

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