23
de julho de 2013
É preciso explicar nossa fé!
Quando
Jesus ressuscitou, os discípulos tiveram certeza de que ele era o Messias
prometido aos profetas. Mas ao proclamá-lo pelo Império Romano afora, tiveram
que explicar isso a quem não fazia ideia do que era o messias. Ousaram, então,
anunciar Jesus com o mesmo título do imperador romano, ou seja, “Senhor”. Este
se entendia como autoridade suprema do mundo e exigia ser adorado como deus. A
confissão de que “Jesus é Senhor” questionava isto, pois lhe atribuía o
domínio sobre céus e terra. O imperador era respeitado, sim, mas como servo de
Deus (Romanos 13). Este testemunho orientou os cristãos por séculos e lhes
rendeu não pouca perseguição.
Assim, em cada época os cristãos foram desafiados a explicar a
boa nova de Jesus Cristo, confessando-a ousadamente. Em 1530, príncipes
evangélicos entregaram ao imperador alemão a “Confissão de Augsburgo”, na qual
declararam a verdade divina frente aos equívocos do seu tempo.
O século 20 foi marcado por duas ideologias, o nazismo e o comunismo. Ambas
tentaram cooptar e enquadrar tudo e todos no seu sistema de pensamento,
perseguindo e aniquilando quem não se sujeitasse a elas. Logo no início
do regime nazista, alguns cristãos na Alemanha perceberam sua incompatibilidade
com a fé em Jesus. Então, em 1934, numa reunião em Barmen, eles professaram a
fé numa declaração de seis teses. Todas elas iniciam com a menção do fundamento
bíblico e são seguidas por uma afirmação positiva e uma condenação da
falsificação ideológica.
Estas palavras orientaram muitos cristãos em sofrimentos e perseguição pelos
anos que o regime nazista duraria. Nas próximas edições deste Boletim,
pretendemos refletir sobre elas. Os desafios que nos cercam certamente são
outros, mas com seu testemunho podemos aprender como viver e explicar o
evangelho hoje.
Primeira tese da Confissão de Barmen
“Eu sou o
caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim” (João
14.6) – “Eu lhes asseguro que aquele que não entra no aprisco das ovelhas
pela porta,mas sobe por outro lugar, é ladrão e assaltante. ... Eu sou a porta;
quem entra por mim será salvo. Entrará e sairá, e encontrará pastagem”.
(João 10.1, 9)
Jesus Cristo, tal
qual é testemunhado na Sagrada Escritura, é a única palavra de Deus que devemos
ouvir, na qual devemos confiar e à qual devemos obedecer na vida e na morte.
Condenamos a
falsa doutrina de que a igreja possa e deva reconhecer como fonte da sua
proclamação, além e ao lado desta palavra única de Deus, ainda outros acontecimentos,
poderes, personagens e verdades como revelação de Deus.
Vale a pena ler e reler este breve enunciado e meditar sobre ele. O roteiro de
perguntas a seguir quer ajudar a aplicá-lo ao contexto em que nós vivemos:
1. Jesus é, de fato, a “única palavra de Deus” para nós?
2. Estamos dispostos a confiar em Jesus e obedecer-lhe “na vida e na
morte”?
3. Que “acontecimentos, personagens ou verdades” fazem
concorrência a Jesus na nossa vida?
4. Que atitudes precisamos tomar no âmbito em que convivemos
para corresponder ao que Deus revelou em Jesus?
Martin Weingaertner
Editorial: O
Boletim Virtual Luteranos em Movimento é organizado por um grupo de ministros da IECLB e tem por objetivo a reflexão e a Formação
Cristã Continuada para dentro da igreja de Jesus.
A edição é quinzenal e pode ser usado tanto para a reflexão pessoal
como em grupos de estudo.
É livre para distribuição.
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