Ao mesmo tempo em que aceitamos essa importante realidade, também percebemos que, na perspectiva da fé, ela traz consigo um problema existencial muito sério, pois saber escutar, acolher e compreender não indica direção para fora da aflição. Falta-lhe direcionar para a mudança, ao arrependimento.
Jesus, por exemplo, não se contentava em apenas acolher e compreender as pessoas. A quem demonstrava abertura, Ele também apontava para a possibilidade de mudança, de arrependimento. Para com aqueles que achavam saber tudo e que não estavam abertos a mudanças, Jesus dizia: Ta bem..., já que você sabe tudo, faça isso e viverá (Lucas 10.28).
Quando, porém, encontrava alguém com sede não somente de água, mas de vida, como a mulher Samaritana, Jesus, depois de mostrar carinho e compreensão, apontava para a possibilidade de mudança de vida. Ele disse a ela: Quem beber desta água tornará a ter sede outra vez, mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Ao contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna. A mulher, sentindo que não apenas era acolhida, mas que Jesus lhe oferecia a possibilidade de uma vida diferente, suspira e diz: Senhor, dê-me dessa água (João 14.13-15).
Já no Antigo Testamento os profetas, ao anunciar a Palavra de Deus, sempre chamam ao arrependimento. Por exemplo, após levar Davi a reconhecer o seu pecado e confessar: Pequei contra o Senhor, o profeta Natã o anima, anunciando-lhe o perdão: O Senhor perdoou o seu pecado. Você não morrerá (2 Samuel 12.13).
Certamente o aconselhamento cristão tem aprendido muito da psicologia. Ela nos ajuda a sermos mais compreensivos, a acolher melhor quem nos procura. O problema é que, muitas vezes, agimos como se fôssemos psicólogos, e deixamos de apontar para o arrependimento e para mudanças que Deus quer operar naqueles que ouvem o Evangelho.
Muitas vezes, também encontramos muitas pessoas que “já sabem tudo”, que não pensam em abrir mão das suas filosofias e “verdades”. Mas pense nas muitas pessoas que encontra que, como a mulher samaritana, estão sedentas de vida. O próprio compartilhar do Evangelho identifica e traz à tona essa sede. Devemos perceber que Deus quer que as acolhamos, compartilhemos com elas as Boas Novas de Jesus. Atitudes de aceitação as encorajam a perguntar da direção que sua vida precisa tomar.
Jesus diz que somos sal da terra. Isto é, nossa característica é temperar a vida. Com alegria podemos apontar para veredas de luz. Como diz Pedro: Antes santifiquem Cristo côo Senhor em seu coração. Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês (I Pedro 3.15).
P. em. Oziel Campos de Oliveira Jr – Palhoça/SC
ozieljrjr@hotmail.com
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