Aliás, não há ninguém que possa fazê-lo como ele o fez. Na condição de Criador conhece o ser humano até as entranhas e nem as emoções mais profundas lhe podem ser ocultadas (Salmo 139.13-16). Na condição de Salvador foi tentado em todas as coisas à nossa semelhança e sabe muito bem em que desamparo somos lançados por conta do sofrimento e do pecado. Na condição de Espírito Santo ele consola e nos acolhe em nossas dores mais profundas como nenhum outro é capaz de fazê-lo (João 14.26).
Ao mesmo tempo, se ilude quem imagina e propaga que a atitude de Jesus se limita em acolher. Seria uma ajuda pela metade. Do que adiantaria ir a um médico que apenas nos recebe bem e ouve. Ou procurar um advogado que tão somente nos escuta, mas não aponta um caminho a seguir com a nossa causa. Jesus vai muito além de acolher superficialmente. Ele acolhe num sentido mais profundo.
O paralítico trazido à sua presença por seus amigos (Marcos 2) Jesus acolheu, curou de sua enfermidade e lhe perdoou seus pecados. Ao jovem rico desorientado pelo seu apego aos bens materiais, Jesus o amou e lhe apontou o caminho para encontrar a vida e o tesouro eterno (Mateus 19). O homem dominado por uma legião de demônios Jesus o libertou de sua escravidão e o restituiu à sua família (Marcos 5). Jesus foi o único a acolher a mulher flagrada em adultério (João 8) e lhe mostrou o caminho para uma nova vida.
Paulo, o perseguidor da igreja foi transformado e acolhido (Atos 9). Até mesmo Judas foi acolhido na ceia do Senhor, recebendo a oportunidade de começar uma nova vida. Os Evangelhos nos ensinam que Jesus acolheu pessoas, mas não acolheu seu pecado. Acolher o pecador não significa fechar os olhos para seu pecado, pois é justamente este a causa última e mais profunda de todo o sofrimento humano. Jesus acolhe pessoas como elas são, para dar a elas a possibilidade de experimentar novidade de vida, na medida em que crêem nele.
P. Sigolf Greuel – Florianópolis/SC
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